segunda-feira, 5 de julho de 2010

Um texto sem título

Cadê o meu lápis? Tá bom, eu preciso parar de pensar em coisas. E eu não usei a “palavra proibida’’ sem querer, foi proposital. Coisa. Algo tão indefinido... Exatamente a palavra que eu quero. Agora eu vou voltar, eu preciso ler. É. Eu ia dizer que eu não estou pensando em nada, mas aí eu pensei nisso e acabei pensando em algo. É, deu pra entender. Já pensou se isso dá em uma redação? Eu ficaria feliz. Redação não, texto. Texto é uma palavra melhor. Redação me parece algo obrigatório, algo que professores mandam fazer. Meu braço está doendo de escrever. Chega, depois eu volto a escrever. Mas sobre o que eu estou escrevendo? Eu ri. É, depois eu penso nisso.
Voltei, onde eu parei? Ah sim, sobre o que eu estou escrevendo. Não sei. Não tem assunto. Eu ri agora com uma idéia idiota. Como se aplicaria o E.E.T. nesse texto, se é que isso é um texto? Qual seria o assunto do texto? O objetivo do autor? Quantos parágrafos? É, não dá pra aplicar o E.E.T. nisso. Minha mãe atendeu agora o telefone com um – Sim?- Isso me lembrou quando eu atendi o telefone cantando a música Telephone da Lady Gaga. Eu não lembro quem era, mas eu acho que era de alguma empresa, não sei. Esse texto tem vinte e duas linhas, agora vinte e três, com frases sem o menor sentido, sem o menor assunto, sem o menor objetivo. Eu vou voltar a estudar, é o melhor que eu tenho para fazer. Vinte e seis.
Agora eu me lembrei que eu tinha falado pra minha amiga que eu não fazia um texto porque estava sem inspiração. Agora eu vi que não precisa de inspiração para escrever um. Faz bem escrever. É o mesmo que falar com um papel, um papel psiquiatra que só ouve e ouve. Acho que já chega de escrever.